Eu desvalorizei as paredes [e-book download]

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Olá amigos! É com muita alegria que compartilho com vocês esse projeto lindo reunindo 12 autores cearenses, de diferentes seguimentos, mas que buscam nesse período de isolamento uma união poética. É um livro-livre que pode, e deve, ser baixado e compartilhado de forma gratuita.

EU DESVALORIZEI AS PAREDES-1

“No campo de centeio, quem somos nós?”: escritor comenta relançamento de clássico da cultura pop

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Depois de ler “O Apanhador no Campo de Centeio” você nunca mais será o mesmo. Exagero? Talvez sim, talvez não. A verdade mesmo, no duro, é que toda uma geração nunca mais foi a mesma depois que Holden Caulfield ganhou vida sob a pena criativa de J. D. Salinger, o célebre autor desse clássico da cultura pop e de toda uma tradição de contracultura que afloraria no mundo nas décadas seguintes à sua publicação.

Aliás, nem Salinger foi o mesmo depois que publicou o “Apanhador”. Poucos anos depois da chegada do livro às prateleiras, ele iria se confinar em seu bunker em Cornish, New Hampshire (EUA). A partir de então, não dava mais entrevistas, não publicava e só dava as caras para brigar sobre os direitos autorais de sua obra. Inúmeras edições piratas de seus livros eram lançadas e volta e meia o autor reaparecia para exigir que as mesmas fossem retiradas do mercado.

O enredo de “O apanhador” é de conhecimento público, mas, caso o leitor não conheça, vou adiantar algumas coisas. Calma, não darei spoilers. Holden é um jovem de dezesseis anos e é expulso de mais uma escola. Com receio do que irá dizer e ouvir dos pais, resolve passar um fim de semana vagando pela Nova Iorque dos anos 1940. Nesse caminhar pela cidade americana há perigos, sexo, drogas e muitas queixas.

A linguagem coloquial e o narrador em primeira pessoa te colocam frente a frente com o personagem. A técnica narrativa utilizada por Salinger mais aproxima que afasta. É certo que Holden utiliza gírias e palavrões, mas qual jovem, ou até mesmo adulto, não se pegou falando alguma palavra “feia”? Sem falso puritanismo, por favor.

Há personagens que te encantam. Como não se lembrar da irmã de Coulfied, a pequena Phoebe? Ou como não rir das descrições que Coulfied faz de seu professor de história? Os comentários dele sobre a sua visão de mundo nos fazem repensar a nossa própria condição enquanto seres perenes, comentário oportuno. E a explicação do personagem para a metáfora sobre o Campo de centeio, que explica o título do livro? Cara, que livro!

A nova edição brasileira deste clássico absoluto saiu pela editora Todavia. Ela reproduz a icônica ilustração de capa da primeira edição americana de 1951. O tradutor Caetano Galindo já nos presenteou com elogiadas traduções da obra de James Joyce e, agora, nos premia traduzindo este célebre romance de Salinger, mais um motivo caprichoso do porquê podemos ler essa reedição.

Reitero meus parabéns à Todavia, pois há um bom tempo que precisávamos de uma edição que refletisse o cuidado criador e seletivo do autor de “Centeio”. A casa entendeu o perfil de Salinger e refletiu ao nos presentear com uma obra tão bem cuidada, editorialmente falando.

Eu não poderia deixar de falar sobre a mística em torno do livro. O assassino de Jonh Lennon, Marc David Chapman, diz ter feito o que fez com o ídolo Beatle após ter lido o “Apanhador”. Alguns viam em Salinger um guru, rótulo odiado pelo autor. Ele repreendia quem quer que fosse ao se deparar com esse tipo de leitor. Talvez esses casos tenham mexido com a sensibilidade dele ocasionando um silêncio sem volta. Se existe uma mística em torno do “Apanhador”, é claro que existe uma também para a vida reclusa de seu autor, mas isso já daria outro texto.

É certo que o mundo já não é mais o mesmo. Mas é mais certo ainda que um clássico nunca perde a sua força e voz.

* Poeta e mestrando em Crítica literária pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC/GO

(Para o jornal Diário do Nordeste: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/no-campo-de-centeio-quem-somos-nos-escritor-comenta-relancamento-de-classico-da-cultura-pop-1.2113681)

Por uma poética tigelírica

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(Texto publicado no suplemento literário Maracajá do jornal O povo)

Uma orquestra que entoe o desconforto da palavra, mas não apenas os seus infortúnios tendo em mente que a palavra guarda em seu abismo os mais variados tons de silêncio. Essa é uma das propostas do Poeta de Meia-Tigela[i]. Ele trabalha em apenas um único livro: Concerto nº1unico em mim maior para palavra e orquestra. Poema[ii]. Esse livro é composto por quatro movimentos e em cada movimento quatro livros e em cada livro quatro capítulos e em cada capítulo há uma dispersão em vários poemas.

O primeiro movimento, deste grande concerto, foi publicado, integralmente, em 2010. Em 2008, um dos capítulos do segundo movimento foi publicado de forma independente ao livro, essa coleção de poemas intitula-se Memorial Bárbara de Alencar[iii], reeditado em 2011. Neste livro observamos o trabalho com a linguagem e cultura popular. Sobre o livro Gilmar de Carvalho, prefaciador da obra, comenta: “A leitura dos poemas me colocou diante de uma voz ancestral que enunciava verdades e ia buscar seus argumentos na longa tradição poética que vem de Homero, passa por Borges, João Cabral, Patativa do Assaré, Ezra Pound e outros grandes nomes da poesia de todos os tempos, sem a necessidade de rótulos.” Não digo que haja influências, digo que o que ocorre em textos assim são diálogos, logo, a poesia de estro tigelírico produz um rico diálogo com o que há de moderno, e até pós-moderno, na poesia uni-versal.

Certa vez o entrevistei e perguntei sobre as publicações fragmentadas de seu concerto, a resposta foi a seguinte: “Em partes, já o faço. Seja nos poemas esparsos do blog (http://opoetademeiatigela.blogspot.com.br/), seja nos livros publicados e/ou por publicar. Preciso dizer, Léo, que esses livros não passam de uma espécie de prévia do Concerto. Digamos assim: o Todo que o Concerto aos poucos se torna, é composição para — o título o diz — orquestra inteira; e os livros provisórios (o Memorial, já editado; o Girândola, o Miravilha, A fada e o poeta[iv], por virem brevemente) que a partir do todo organizo, são música de câmara, são adaptações “em mim menor”, a fim de que eu possa me dar a ler antes de ver ao menos aproximada a conclusão (não haverá tal) do 1nico (úmnico) livro que realmente escrevo, o Concerto”.[v]

Os mais recentes ensaios são Miravilha: liriai o campo dos olhos[vi] e Girândola[vii]. Em menos de um ano, ele publica dois livros após um silêncio que já durava quatro anos[viii]. ([ix]), parafraseando uma frase dita pelo Poeta nas notas finais que acompanham o livro Miravilha, nenhum desses ensaios existem. Publicar livros inexistentes é o que ele tem feito, é um tanto confuso, mas se o único livro a ser escrito, e é “palavra em movimento” como ele sempre comenta, é o Concerto[x]. Mas por ser palavra em movimento não haverá um ponto final definidor em sua obra. A sua poesia é um vir a ser infindável.

O Poeta de Meia-tigela, em sua construção poética, faz uso de temáticas e formas que nos remetem a estética pós-moderna, me arrisco a dizer que entre os poetas cearenses ele é um dos que melhor soube utilizar esse argumento formalista em suas composições textuais. Ler a poesia d’O Poeta de Meia-tigela é não apenas deleite estético é um aprendizado sobre arte.

Fazem parte de sua temática tigelírica o uso de numerologia, descrição de obras de arte, tarô, astrologia, partitura musical, biografia, literatura fantástica, artes plásticas, tradução (ou no dizer de Augusto de Campos: intraduções), poema em cartões-postais, prosapoética, cordel, soneto, quadra, martelo, sextilha, heptassílabo, verso livre, haicai, uso de notas de rodapé etc etc. Todo o espaço da página é aproveitado para fazer poesia. E quando a página do livro se mostra insuficiente temos os muros da cidade, temos o panfleto, a música, o vídeo-poema, as tirinhas de jornais e cédulas para rabiscar poesia antes de pagar o trocador do ônibus. O Poeta de Meia-tigela nos mostra um concerto a solo de palavra sobre toda uma corrente poética, lê-lo é aprofundar-se na poesia.

O uso de pseudônimos começa a ser uma constante maior com a modernidade. Em uma conversa desprovida de entrevista literária, o Poeta me disse que desde sempre fez uso de pseudônimos. Todos sempre com uma sacada de bom-humor. E é sobre o humor que gostaria de falar aqui, é o humor característica fundamental em poetas como Carlos Drummond de Andrade, Osvald de Andrade, Manoel de Barros e até em haicais de Bashô e Millor Fernandes. Fazer do humor matéria de poesia é tarefa para poucos e poucos souberam utilizar bem este recurso estilístico. Aliás,  aqui vai um soneto tigelírico:

Vai um soneto aí?

Mirabilia. Ali-se

O amor me fecha os olhos para tudo

que não miró mirá-la O amor me amputa

as mãos para o que não só tateá-la

O amor me cala O amor me faz voz surda

cava se não a fim de anunciá-la

O amor me entope as oiças se não para

O amor me desnarina me desfara

O amor se emputa quando se depara

ante outra que não ela O amor insulta

se lhe propõem a farsa de olvidá-la

de substituí-la O amor se sabe

amor por manter nela a Mirabilia

O amor me fecha o corpo para todo

corpo que não aquele que me cabe

[Do livro Miravilha: liriai o campo dos olhos]

[i]       Pseudônimo usado por Alves de Aquino. Sobre a escolha do pseudônimo em entrevista a revista Para Mamíferos (Fortaleza, 2009, Nº1) ele comenta que essa escolha foi de “cunho social com o qual se identifica, visto que o termo representa a metade da ração que era oferecida ao serviçal, enquanto o seu senhor ganhava a tigela inteira. Outra razão do pseudônimo é criar um personagem que seja o próprio autor e personagem de si mesmo, como o João Grilo ou o Canção de Fogo. Enfim, o uso do epíteto não é um distintivo de humildade, ao contrário, traz o Poeta um objeto ambicioso de encarnar um múltiplo personagem, criando uma bandeira dupla, uma apresentação automática para a sua obra, expressando algo inusitado.

[ii]      Livro vencedor do edital de Incentivo as Artes do governo do estado do Ceará, 2010.

[iii]      A edição de reedição ganhou o prêmio Otacílio de Azevedo promovido pelo governo do estado do Ceará

[iv]      Dos livros comentados pelo Poeta, este é o único que ainda não veio a lume e continua sem previsão de lançamento.

[v]      Entrevista publicada no site LiteraturaBR em Novembro de 2014.

[vi]      Editado pela Confraria do Vento, 2015.

[vii]     Editado pela Substânsia, 2015.

[viii]    Sobre o uso numérico-místico do número quatro é explicado nas notas finais do primeiro movimento do Concerto, o Poeta nos diz: “Para Jung a totalidade exprime-se em símbolos quaternários. Propositadamente a estrutura aqui apresentada dá-se a partir de uma ordenação quadripartida, propositadamente é dividida em quatro movimentos.” Em suma, o número quatro para o filósofo Jung representa a TOTALIDADE, mas não seria mesmo a obra do Poeta de Meia-tigela uma totalidade em andamento?

[ix]      Essa somatória minha é loucura ou coincidência? O ano de publicação dessas duas obras é 2015, logo: 2+0+1+5 = 8 que dividido por 2 (número referente aos livros publicados) = 4 (!!)

[x]      Em uma conversa que tive com o Poeta, ele me contou que todo o Concerto, com seus quatro movimentos, se encontrava com mais de mil páginas.

Matéria de Diego Barbosa para o Diário do Nordeste (08/01/19)

À primeira vista, levando em consideração apenas o título, “Girassóis Maduros” é a tradução de um olhar todo atento à natureza. Logo nos primeiros versos da nova obra de Léo Prudêncio, o conceito se dissipa, porém. O leitor se depara com um mergulhar inspirado nas diferentes dimensões humanas, pondo em relevo a saudade e a espontaneidade, por exemplo.

O livro – o terceiro do autor, após “Baladas para violão de cinco cordas” (2014) e “Aquarelas” (2016) – será lançado nesta terça-feira (8), a partir das 18h, na Livraria Lamarca, no Benfica, com mediação de Mikaelly Andrade, poeta natural de Quixeramobim.

Nas palavras do próprio autor, em entrevista ao Verso, trata-se “da minha produção mais importante até aqui”, impressão que se fortalece conforme os comentários recebidos por quem já leu o material.

“Muita gente me diz que é um livro muito forte. Tenho um carinho enorme por cada palavra dele”, confessa. O afeto maiúsculo é justificado: a obra soma, no miolo, as paisagens goianienses e a saudade constante do Ceará por parte do poeta – natural de São Paulo, mas filho de cearenses de Crateús – o que reflete o investimento em temas tão caros a quem distante de algo está.

“Minha alma é cearense. Por incrível que pareça, aprendi a amar mais e melhor o Ceará morando em Goiânia. Às vezes, a distância serve para que a gente entenda melhor a si mesmo: de onde somos, de onde viemos e o que somos. Sou um poeta do Ceará! Não gosto quando dizem ou escrevem que sou paulistano ou que fui radicado em Goiás. Sou cearense até que provem o contrário”, brinca.

Haicais

Com conceito esboçado em meados de 2016, o livro é todo feito dehaicais – poemas curtos de origem japonesa – e foi ganhando corpo a partir de leituras de autores como Pedro Xisto, Bashô, Manoel de Barros e Alberto Caeiro.

O título, conta Prudêncio, foi retirado da união de dois títulos de livros do poeta Francisco Carvalho, como forma de homenagear o poeta fortalezense: “Pastoral dos tempos maduros” e “Girassóis de barro”.

“Mas tem essa simbologia legal do girassol e da maturidade”, pondera. “É um título lindo, eu adoro, creio que todos nós temos um pouco de girassol dentro de nós. A força desses versos acredito que esteja na espontaneidade e na observação da natureza e do mundo ao redor. Creio que seja um livro escrito por um outsider, um estrangeiro, um nômade, um eremita vagando pelas ruas da capital goiana”.

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Poeta que morou no Ceará durante 20 anos, Léo Prudêncio tem como influências Pedro Xisto, Bashô, Manoel de Barros e Alberto Caeiro
Foto: Divulgação

 

O interesse em registrar tudo nesse gênero literário específico nasceu depois da leitura de “Lanternas cor de aurora”, do professor, poeta, crítico literário e ensaísta Sânzio de Azevedo.

Léo enxerga que, nesse contexto, sua poesia está mais ligada à liberdade de métrica e de rimas, se considerando um seguidor das doutrinas do Concretismo e da poesia moderna de 45. “Sem esquecer dos avanços textuais de lá até a nossa contemporaneidade”, destaca.

Independente

Sendo um artista independente, Léo Prudêncio, ao observar o movimento do mercado editorial, afirma que não há editoras que invistam em autores nesse perfil a nível local.

O lamento, contudo, logo converte-se em esperança quando lembra da vitória de Mailson Furtado no Prêmio Jabuti do ano passado, feito que considera revolucionário.

“A literatura é bastante bairrista sul-sudeste. Nossos poetas publicam através de gráficas locais, imprimimos e lançamos nossos livros sem apoio algum de governo ou de editoras. A conquista de Mailson foi uma vitória para todos nós que militamos no submundo das não-editoras. Aquilo simbolizou uma luz no fim do túnel”, considera.

Entre os nomes nessa seara que menciona estão Alves de Aquino, Dércio Braúna, Ayla Andrade, Alessandra Bessa, Bruno Paulino e Renato Pessoa.

“Mas ainda sinto falta de um novo ensaísta cearense por aqui. Grupos como o Ceará em Letras, do qual participo, podem ajudar a fechar essa lacuna, contudo”.

No lançamento, “Girassóis Maduros” será vendido a um preço especial; depois, poderá ser adquirido no site da Editora Moinhos ou nos sites das grandes livrarias pelo valor de R$ 35, também disponível em e-book.

Quanto aos próximos projetos, o autor adianta que, no momento, está cursando Mestrado, então vai dar uma pausa nas publicações e concentrar maior enfoque aos estudos.

“Mas já tenho no prelo um outro volume de haicais, uma peça de teatro e um volume reunindo todos os ensaios que escrevi sobre literatura cearense até hoje”, finaliza.

Serviço
Lançamento do livro “Girassóis Maduros”, de Léo Prudêncio. Nesta terça-feira (8), às 18h, na Livraria Lamarca (Avenida da Universidade, 2475, Benfica). Contato: (85) 3122-6130

Lançamento do livro “Girassóis maduros” em Fortaleza (08/Jan/2019)

Prancheta 13

Amigos: não é segredo pra ninguém que evito fazer lançamento de meus livros, dos três livros que publiquei apenas o primeiro, Baladas para violão de cinco cordas, teve evento de lançamento na sede da Academia Sobralense de Estudos e Letras no dia simbólico de 21 de julho de 2014, mesma data de nascimento do escritor Ernest Hemingway. A data desse novo lançamento também é simbólica 8 de janeiro foi a data em que cheguei em Goiânia, nada mais simbólico do que lançar o livro que fala sobre Goiânia no dia em que por aqui cheguei. Será lindo o evento, disso tenho certeza! Nos vemos lá!

de barro e pedra, comentário sobre o livro de nydia bonetti

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A poesia de Nydia é como um muro de barro atingindo constantemente pelas chuvas matinais. Dos seus versos brotam flores, pedras, rios e outros seres do abismo. Sua poética nos ensina a caber nos galhos de árvores, em asas de pássaros e no silêncio de peixes e de cavalos a galopar no silêncio turvo das noites. Nydia é uma das melhores poetas brasileiras em atividade, ave passarinho por estar em contato com seus livros.

 

Girassóis maduros, por Bruno Paulino

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árvores, caramujos, pitangas, chuvas, vaga – lumes, estrelas cadentes, silêncios, solidões , nuvens, lirismos e muitos passarinhos iluminam e norteiam a poética de Girassóis Maduros – último livro – do poeta cearense Léo Prudêncio, radicado atualmente em Goiás, porém com esse trabalho, penso que sem dúvida alguma o vate escreve definitivamente seu nome no rol dos novos poetas da terra de Alencar.

[Bruno Paulino]